segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Luís Germán Astete, comandante de mar e terra.

A guerra do pacífico

Entre 1879 e 1883 o Peru conheceu algumas das mais trágicas páginas de sua história. Arrastado para a guerra por um tratado, para defender os interesses bolivianos, sofreu inicialmente graves derrotas que culminaram com a ocupação de Lima. A expulsão do invasor chileno foi penosa e no final se fez um tratado que determinou perda de territórios, aceito por um governo submisso aos chilenos. As tentativas de fazer frente às bem preparadas forças chilenas, muito superiores em termos materiais, se fizeram com inúmeras demonstrações de espírito intrépido por parte de grandes comandantes, na terra e no mar. São os principais destaques as façanhas do Almirante Miguel Grau e do General Andrés Cáceres. Companheiro de armas dos dois, combateu nessa guerra Luís Germán Astete.


Luís Germán Astete, comandante de mar e terra

Se alguém, entre os vários militares na história da família, merece o título de “herói”, este foi sem dúvida Luis Germán Astete Fernández de Paredes. Nascido em Lima em 1832, fez carreira na marinha peruana, participando de fatos políticos importantes, sempre apoiando movimentos oposicionistas. Foi também um ativo político, tendo tido um mandato de deputado provincial e de prefeito, o que o levou por vezes a se afastar da marinha. Em 1877 aderiu à causa de Nicolas Piérola contra o Presidente Mariano Ignácio Prado, tomando o comando do lendário encouraçado "Huáscar". O navio foi, sob seu comando, a principal arma dos rebeldes e chegou a entrar em combate contra dois navios da marinha britânica enviados para capturá-lo, em episódio conhecido como o "Combate de Pacocha". No meio da noite ludibriou os ingleses, mas foi obrigado a se render às forças governistas dois dias depois.

O Huáscar com os velames abertos



Combate de Pacocha,em primeiro plano a fragata inglesa HMS Shah

Na primeira fase da Guerra do Pacífico o Capitão Germán Astete foi incumbido de trazer armas e equipamentos dos Estados Unidos para auxiliar o esforço do Almirante Miguel Grau. Este sustentava um combate desigual no mar, praticamente sozinho, no comando do glorioso monitor Huáscar. A missão de Germán Astete foi interrompida quando finalmente, em 08 de outubro de 1879, o encouraçado foi cercado e capturado pelo inimigo em Angamos, acossado por 6 navios chilenos.

Convés do Huáscar após o combate de Angamos

Nele morreu o Almirante Grau, após 6 meses de verdadeiras façanhas navais, onde com um único mas poderoso navio foi capaz de paralisar toda a marinha chilena, afundando 16 navios inimigos, capturando outros 6 e bombardeando diversas posições em terra. Com a captura do Huáscar e o fim de Grau, estava selada a derrota da marinha do Peru. O Capitão Astete então voltou para esperar o inimigo comandando uma fortaleza naval no porto do Callao, do qual era também prefeito. Recebeu os primeiros navios chilenos com fogo de artilharia e viu, com tristeza, o Huáscar cercando o porto, sob a bandeira do inimigo. Em 15 de janeiro de 1881 participou da batalha de Miraflores, na desesperada defesa de Lima, à frente de 1.500 voluntários do Callao, sendo um dos últimos comandantes a ter admitido a derrota. Compreendendo que a defesa era impossível, voltou ao porto e cumpriu, na madrugada de 17 de janeiro, ordens de afundar a corveta “Unión”, o monitor “Atahuallpa” e os cargueiros “Limeña”, "Chalaco”, “Talismán”, “Oroya” e “Rímac”, antes que caíssem em mãos inimigas. Como outros oficiais da extinta marinha, entre eles Máximo Tafur, fugiu em direção à serra para se juntar ao lendário comandante Andrés Cáceres. Participou das vitórias de Marcavalle/Pucará e Concepción (09/07/1882). Foi nomeado por Cáceres comandante da 4ª Divisão do Exército do Centro, que incluía a Cavalaria e a Artilharia, em 1883. Em 10 de julho do mesmo ano, Germán Astete participou da Batalha de Huamachuco, onde morreu em combate. Nesta batalha tropas equivalentes de 1800 combatentes de ambos os lados se enfrentaram, com os chilenos colocados em posição alta, sobre o cerro Sazón, e os peruanos atacando a partir da base. Sabendo que tinha pouca munição, Cáceres tentou vencer utilizando fogo cerrado de fuzis e avançando (ao mesmo tempo expondo) a artilharia, para capturar o cume do morro antes que se acabassem os suprimentos. Quase conseguiu. Os chilenos não puderam resistir inicialmente, perderam a base e as linhas de defesa das ladeiras. Ao perceber a diminuição do fogo peruano, com as tropas ainda escalando o terreno, os chilenos sob comando do Coronel Gorostiaga contra-atacaram. Os peruanos, mesmo sob fogo e sem poder revidar, avançaram e forçaram um combate corpo a corpo para tentar evitar que fosse capturada a artilharia. A aposta tinha sido alta demais. O movimento de defesa foi, na verdade, suicida pois os peruanos não dispunham de baionetas. Morreram 800 combatentes de Cáceres, entre eles seus principais comandantes, como Tafur, Leôncio Prado e Germán Astete, que caiu ferido por disparo frontal durante o contra-ataque chileno.


O "Huáscar" hoje, como museu naval no Chile

Saiba mais sobre o "Monitor Huáscar"


2 comentários:

Concepcion Peru disse...

Mira soy de peru y ahora vivo en españa. me da gusto saber que gusta conocer los origenes de la familia astete.
Felicitaciones por el trabajo, se que puedo apostar mas a la historia de la familia.
Mi email: pastete_1201@hotmail.com
Web: www.pabloastetenunez.com

Unknown disse...

Me encanto saber el origen de mi apellido