O final do século XVIII e o início do século XIX foram marcados por sublevações e movimentos revolucionários, na Europa e no continente americano. De forma geral, tais eventos acabaram ganhando feições independentistas nas Américas, mesmo que não fosse esta sua motivação inicial. Os Astete foram, em sua maioria, ligados aos exércitos e à burocracia do Vice-Reino do Peru e leais à coroa espanhola. Porém, também participaram de sublevações e nas guerras da independência, como muitas outras famílias, viveram experiências fratricidas. Entre os documentos publicados e acessíveis pela internet encontramos citações das seguintes pessoas:
Os Astete do Cuzco
O sobrenome Astete parece bastante freqüente, hoje em dia, na região do Cuzco. Parte disto se deve ao envolvimento tradicional da família com a atividade de mineração, desde o mandato de Don Bartolomeu
Pablo Astete
O coronel do Exército Realista Pablo Astete era cuzqueño e sempre esteve ao lado da coroa espanhola. Combateu contra o levante de Tupac Amaru II, e testemunhou sua execução em 1781; Em 20 de junho de 1811 comandou uma das divisões das tropas do General Goyeneche na batalha de Huaqui, contra as forças independentistas argentinas. Esta batalha resultou em ampla derrota dos platinos, a ponto de seu exército acabar em fuga desordenada, e determinar a reconquista do território do Alto Peru para o Vice-Reino. Também combateu neste episódio, no mesmo exército, seu irmão o Tenente Coronel Domingo Luis Astete sob ordens do Coronel Pablo. Tanto o Coronel Pablo como seu irmão abandonaram o exército após a derrota de Tucumán e da capitulação de Salta, onde estiveram no comando de batalhões realistas.
Domingo Luís Astete
Natural do Cuzco, foi advogado como o pai e oficial do exército realista ao lado do irmão. Após seu afastamento do exército, em 1814, viu eclodir no Cuzco a revolta liderada pelo oficial Brigadeiro Mateo García Pumacahua, um cacique do povo Chinchero, que havia se tornado líder dos remanescentes incas e ganhado prestígio e patente militar junto à coroa espanhola. Pumacahua e os irmãos criollos Angulo haviam deflagrado a rebelião para que fosse reconhecida no Peru a carta constitucional de 1812, válida para a Espanha. Tal constituição tinha muitos itens liberais que se pensava em estender às colônias, e abolia muitas das “leis para as índias” que tanto desagradaram aos “criollos”. Com a restauração monárquica em 1814 a constituição foi abolida, e um retrocesso absolutista se anunciava. Domingo Astete apoiou o movimento inicialmente, e fez parte da junta rebelde de governo do Cuzco, como representante civil. Manteve, no entanto, um relacionamento difícil com os irmãos Angulo e com Pumacahua, tendo sido vítima de atentado ordenado por Vicente Angulo. Sobreviveu ao ataque e se afastou da participação da junta, não voltando a tal função mesmo diante dos pedidos de reconsideração por parte de José Angulo. Imediatamente se tornou claro que a revolta era um precedente que poderia significar o alastramento de um movimento independentista no Peru. Pumacahua e os Angulo se lançaram em expedições de expansão do movimento. Os insurgentes foram derrotados pelas forças do Vice-rei, o Marquês de la Concórdia, e Pumacahua e os Angulo foram executados. Depois destes incidentes, Domingo Luis Astete dedicou o resto de sua vida a defender como advogado pessoas pobres e amigos.
Campanha de Libertação - fase final
José Santos Astete
Foi um oficial do “Exército Patriota do Chile”, sob ordens de Bernardo O’Higgins, na campanha de libertação retomada após a chegada de San Martín. Em 1817 comandava tropas na fronteira norte do Chile libertado, como Capitão de Cavalaria das milicias. Foi governador militar das cidades de San Carlos e Rere e responsável pela morte do bandoleiro Antonio Pincheira, que era membro da família que aterrorizava a região com assassinatos, saques e seqüestros.
Batalha de Junín
O combate entre o exército de Bolívar e as tropas do General Realista José de Canterac foi um dos últimos episódios da derrota do Vice-Rei La Serna, o que determinou a independência do Peru. Bolívar contava com 9.000 infantes e 1.000 cavaleiros, enquanto Canterac tinha 3.000 soldados na infantaria e em torno de 1.300 da cavalaria, além de 9 peças de artilharia. Os batalhões de Canterac estavam, na verdade, isolados do corpo principal do Exército Realista, e tentavam fugir para se reagrupar ao mesmo. Em 6 de agosto de 1824, à beira do lago nos Pampas de Junín, Bolívar os alcançou. Os espanhóis atacaram com uma maciça carga de cavalaria, antes que a infantaria de Bolívar tivesse tempo de se agrupar, obrigando os cavaleiros do “Exército Patriota” a dar combate e depois tentar fugir. Porém a manobra de Canterac foi envolvida pela retaguarda e, em 45 minutos, a quarta parte dos cavaleiros reais estava morta, 80 estavam prisioneiros, e seus inimigos haviam sofrido 150 baixas.
General Canterac e Bolívar nos campos de Junín
Foi um rápido e feroz combate a
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